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sábado, 15 de janeiro de 2011

ANÁLISE DE POEMAS

Paraguassu de Fátima Rocha

Os sinos (Manuel Bandeira)

Alguns aspectos a serem considerados na análise de um poema:

1) Composição gráfica
- espaço e organização do poema na página.
2) Ritmo
- tamanho dos versos, sonoridade, compasso.
3) Léxico e Sintaxe
- organização das palavras que compõem o poema.
- categoria gramatical
- pontuação
- substantivos: sugerem pouco movimento ou elasticidade.
4) Semântica
- significação do texto

O poema de Manuel Bandeira é composto de 15 estrofes, contendo grupos de um, dois e três versos. Os versos contêm cinco sílabas poéticas, cuja acentuação recai na última silaba, ou ainda com dez silabas, tendo acentos na 5ª. e na última silabas, o que lhe confere sonoridade.
O ritmo é conferido pela repetição da palavra “sino”, pelas aliterações “[...] Belém, bate bem-bem-bem”, “Paixão [...] por meu pai?” e da onomatopeia, como em (“Belém [...] bem-bem-bem” e “Paixão [...] bão-bão-bão, sendo que a presença desses recursos sonoros faz lembrar o balançar dos sinos.
Sinos lembram anunciação ou chamamento, normalmente de momentos de alegria, o que não impedem de anunciar a morte. No poema, é possível deparar-se com as duas situações:  “Sino de Belém, pelos que ainda vêm!”, nesse caso, pode estar anunciando uma nova vida, motivo de felicidade ou ainda chamando pessoas para um momento de agradecimento; já o sino da paixão pode estar relacionado ao sofrimento.
Embora o poema tenha um ritmo alegre, o autor transmite um momento de dúvida, ou mesmo de angústia quando questiona: “Sino do Bonfim, baterás por mim?”

REFERÊNCIA

BANDEIRA, Manuel. “Os Sinos”. In: BANDEIRA, Manuel. Meus poemas preferidos. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. Disponível em < http://books.google.com.br/books>




O RIO SEVERINO (HEBERT VIANNA/PARALAMAS DO SUCESSO)

        Nesta composição dos Paralamas do Sucesso (1994), o ritmo é marcado pela repetição do som das palavras “vem, tem, quem, bens”. Percebe-se uma sinuosidade na posição dos versos, o que lembra o caminho percorrido por muitos rios.
            A presença do verbo “vir” no início do poema dá ideia de movimento, porém o verbo é enfatizado apenas nas duas primeiras estrofes, o que pode estar relacionado à nascente do rio, ou mesmo a algum trecho onde a água seja abundante.
            A partir da 3ª. estrofe, a diminuição da água torna o momento quase impossível em função do descaso com que os rios são tratados no país. Ocorre aí uma comparação entre o rio e o povo, ambos tratados igualmente. Entretanto, o povo, por ser ignorante, não é capaz de cuidar de si mesmo, muito menos dos rios que lhe acolhem às suas margens. Há também uma relação entre a ignorância e a crença, ou seja, é mais fácil pedir aos deuses do que tentar mudar sua própria situação.




Um comentário:

  1. gosto de poesias e escrevo tb gostaria que alguem com conhecimento me ajuda-se a ver se vale apena continuar por favor pode me ajudar?

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